A neutralidade carbónica nas empresas tornou-se um objetivo essencial para organizações que procuram uma atuação sustentável e competitiva no mercado. Num contexto onde as mudanças climáticas estão a moldar políticas governamentais e a pressionar o setor empresarial, reduzir as emissões de gases com efeito de estufa (GEE) não é apenas uma responsabilidade ambiental, mas também uma oportunidade para melhorar a eficiência e a reputação corporativa. Neste artigo, descubra as 10 medidas práticas que podem ser implementadas para alcançar a neutralidade carbónica nas empresas, com base na realidade empresarial em Portugal.
1. Avaliação da pegada de carbono
O primeiro passo para qualquer empresa que deseja alcançar a neutralidade carbónica é realizar uma avaliação das emissões de carbono. Esta análise detalha as fontes de emissões diretas e indiretas, como o consumo energético, transporte de mercadorias, viagens corporativas e operações industriais. Através de avaliações energéticas e da criação de inventários de carbono, é possível quantificar o nível de emissões e identificar as principais áreas de atuação.
Uma auditoria energética permite identificar os desperdícios de energia e as possíveis melhorias na eficiência energética, com o desenvolvimento de um Plano de Ação para a Descarbonização. Com esses dados, as empresas podem desenvolver uma estratégia para reduzir as suas emissões e monitorizar o seu progresso.
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2. Adoção de energia renovável
A transição energética para fontes renováveis é uma das medidas para reduzir a pegada de carbono. A instalação de painéis solares fotovoltaicos ou o recurso à energia eólica podem ajudar as empresas a gerar eletricidade limpa e reduzir a dependência de fontes de energia fósseis.
Além disso, a utilização de energia solar térmica pode ser uma solução eficiente para aquecer a água utilizada em processos industriais, reduzindo o consumo de combustíveis fósseis para produção de energia térmica. Para as empresas que não têm capacidade de produzir a sua própria energia, optar por contratos com fornecedores de energia verde certificados é uma forma de reduzir o impacto ambiental sem comprometer as operações.
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3. Otimização da eficiência energética
Otimizar a eficiência energética das operações é uma forma direta de reduzir as emissões de carbono. Pequenas alterações, como a substituição de equipamentos obsoletos por alternativas mais eficientes, ou grandes investimentos, como a modernização de sistemas produtivos ou auxiliares e a implementação de tecnologias de gestão de energia, podem ter um impacto significativo.
Além disso, a implementação de sistemas de monitorização em tempo real do consumo de energia permite às empresas identificar áreas com elevado consumo e agir de imediato para melhorar a eficiência.
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4. Eletrificar processos e transportes
A eletrificação dos processos industriais e do transporte é outra medida crucial para reduzir as emissões de GEE. A substituição de veículos a combustão por frotas elétricas, por exemplo, reduz significativamente as emissões de CO₂ associadas ao transporte de mercadorias e funcionários.
No setor industrial, a transição para processos elétricos, como o uso de bombas de calor e caldeiras elétricas (como exemplos), pode contribuir para a descarbonização de operações altamente emissoras, sobretudo em fábricas e unidades de produção intensiva.
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5. Compensação de emissões
Embora o foco principal deva ser a redução direta das emissões, existem limites técnicos e económicos para a quantidade de emissões que uma empresa pode reduzir. Para alcançar a neutralidade carbónica nas empresas, a compensação de emissões torna-se uma ferramenta essencial.
Este processo envolve o investimento em projetos de compensação de carbono, como o financiamento de programas de reflorestação ou energias renováveis em países em desenvolvimento. Estas iniciativas ajudam a equilibrar as emissões residuais que a empresa não consegue eliminar, contribuindo para a captação de carbono da atmosfera.
6. Implementação de medidas de economia circular
A economia circular visa eliminar o conceito de desperdício, prolongando a vida útil dos materiais e produtos, o que reduz a necessidade de extração de novos recursos e, consequentemente, as emissões de carbono associadas. Empresas que adotam princípios da economia circular podem:
- Reciclar e reutilizar materiais no seu processo de produção.
- Implementar programas de recolha e reciclagem de produtos usados.
- Optar por materiais de baixo impacto ambiental.
Além de reduzir as emissões de carbono, essas práticas podem também gerar poupanças significativas e melhorar a imagem da marca perante consumidores e parceiros.
7. Parcerias com fornecedores sustentáveis
As empresas são parte de cadeias de valor mais amplas, e as emissões associadas às suas atividades dependem, em grande medida, dos fornecedores. Estabelecer parcerias com fornecedores sustentáveis é uma forma eficaz de reduzir as emissões indiretas (Âmbito 3) que ocorrem fora dos limites da organização, mas que ainda são parte da sua pegada de carbono.
Priorizar fornecedores que utilizam práticas de produção com baixa emissão de carbono ou que recorrem a fontes de energia renovável contribui para uma cadeia de valor mais sustentável.
8. Sensibilização e envolvimento dos colaboradores
A neutralidade carbónica nas empresas não pode ser alcançada sem o envolvimento ativo dos colaboradores. Sensibilizar os trabalhadores para a importância da redução de emissões e educá-los sobre as melhores práticas energéticas permite maximizar os esforços de descarbonização.
Empresas podem adotar programas de formação, campanhas internas de sensibilização e incentivar a utilização de transportes mais sustentáveis, como bicicletas ou carpooling, para deslocações diárias.
9. Certificação ISO 50001
A certificação ISO 50001 é uma norma reconhecida internacionalmente que orienta as empresas na implementação de sistemas de gestão de energia mais eficientes e sustentáveis. Obter essa certificação demonstra o compromisso da organização com a eficiência energética e com a redução das suas emissões de carbono.
Esta norma é um ponto de partida sólido para as empresas que desejam organizar e monitorizar os seus esforços de redução de consumo energético de forma estruturada e contínua.
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10. Investimento em inovação tecnológica
A inovação tecnológica é um fator chave para o sucesso das estratégias de neutralidade carbónica nas empresas. Novas tecnologias, como o IoT (Internet of Things), permitem a automação e o controlo eficiente de processos, reduzindo o desperdício de energia e otimizando os consumos.
Além disso, o uso de inteligência artificial e análise de big data pode auxiliar na previsão de padrões de consumo energético, ajudando as empresas a adaptar a sua operação em tempo real e a melhorar a eficiência.
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Resumindo, alcançar a neutralidade carbónica nas empresas é uma meta ambiciosa, mas totalmente possível com as medidas adequadas. Desde a transição para energias renováveis, até à otimização da eficiência energética e compensação de emissões, existem diversas abordagens que podem ser adaptadas à realidade de cada organização. Ao adotar estas práticas, as empresas portuguesas não só ajudam a combater as alterações climáticas, como também melhoram a sua competitividade e reduzem os custos operacionais.
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